terça-feira, setembro 13, 2005

Reflexões sobre o culto cristão

Veja o texto completo, pois vou comentar apenas algumas partes.

O culto cristão constitui, diferentemente doutras formas que o culto assume no panorama religioso da Humanidade, quando parece uma busca ansiosa de Deus, ou tentativa de aplacar a ira de Deus, e, aos gritos, o ser humano clama por um Deus distante, resposta da criatura remida por Jesus Cristo, alcançada por Sua graça, ao imenso amor de Deus, mediante expressões de louvor e adoração.


Bela definição de culto.

Ninguém comparece na Casa do Senhor apenas para “assistir ao culto”, como mero espectador, como se estivesse num teatro. Não e não.


Seria tão bom se fosse verdade... Nunca esquecereo o sujeito jogando jogo da velha durante o culto com uma menina. Além de ele próprio não estar presente no culto, ainda levou a crinça junto. Depois ainda falou ao celular durante a mensagem. E as pessoas estão mais preocupadas com o que julgam ser excesso de liberdade da juventude do que com o excesso de hipocrisia dos adultos.

O culto “em espírito e em verdade” não é o que se presta de maneira formal, insincera, em que se divorciam coração e lábios; e em que a consciência se mostra distante dos atos de louvor e adoração.


Preciso repetir isso: o culto em espírito e em verdade não é o que se presta de maneira formal. Pois é, né... Creio que algum dia saberei o motivo da ginástica para Jesus e do crente papagaio. Vamos nos colocar de pé... diga ao irmão que está ao seu lado... O Espírito Santo tem liberdade para agir em nosso meio! (desde que siga a ordem de culto, senão vira bagunça...)

alguns perigos que precisam de ser enfrentados ou evitados. Por exemplo:
1) Lugar menos honroso à pregação, à Palavra, a Jesus Cristo cuja pessoa e cujos ensinos são pregados, e mais honra ao pregador;


Nossa igreja está em pleno processo de sucessão pastoral. Será que vai ter prova de títulos?

O Congresso realizado em Niterói assinala, no documento denominado Declaração de Niterói sobre Adoração, que são algumas de suas preocupações:
1) a transformação, com muita freqüência, do culto em “show” e exibição de beleza musical ou de talento retórico, como seu objetivo principal;


É Marcados... da próxima vez faremos algo mais simples, só banquinho e violão. Epa! Mais aí seria muito João Gilberto! Não podemos fazer show como as pessoas do mundo fazem... Bem, o que não pode é ter "beleza musical", então cantemos desafinando! Hiii... mas tem tanta gente do mundo que desafina....

2) a “clericalização” do culto, com suas principais funções exercidas por ministros ordenados;


Pra que ninguém diga que eu só reclamo, acho que deste mal nossa igreja não sofre. Os jovens até serviram a Ceia do Senhor!

3) a informalidade excessiva, a improvisação, a desarmonia e desarticulação entre as partes do culto;


E onde fica aquela estória de que "o culto em espírito e em verdade não é o que se presta de maneira formal"?

4) a hipertrofia dos chamados “momentos de louvor” nos cultos, em detrimento da ministração da Palavra que orienta, alimenta, santifica, conduz à fé e à vida de compromisso com Deus, em alguns casos pretendendo substituir a pregação pelos cânticos;


A palavra pode ser ministrada de várias maneiras. A primeira vez que ouvi "Tens Transformado" chorei. Ouvi a música, o ritmo agitado, vi as pessoas felizes em volta, e só conseguia chorar e agradeçer ao meu salvador por ter me dado a oportunidade de estar ali. Há uma frase que não sai da minha cabeça: "Uma dissertação, por excelente que seja, nunca converteu um só incrédulo". Que disse isso foi Durkheim, em sua aula inaugural do curso de ciência sociais. De que vale a pregação que bate no vazio? Devemos buscar mais ação, e realmente fazer a diferença.

5) a focalização do culto na pessoa humana, no seu prazer e divertimento, cambiando a ênfase da ética para a estética, do ser santo para o ser feliz e realizado como pessoa;


Ser santo significa ser infeliz? Eu sou feliz porque Jesus me ama. Não posso demonstrar felicidade? Eu hein....

6) também a consideração das ordenanças do Batismo e da Ceia do Senhor como apêndices do culto e não como artes essenciais dele, portadores que são das grandes verdades da fé cristã.


Acho que desse mal a PIBN não sofre. A última Ceia foi muito especial.

QUAIS OS PERIGOS QUE VEJO? (Irland Pereira de Azevedo, Conferencista, professor, pastor emérito da PIB de São Paulo – irland@aclnet.com.br)

1. Em primeiro lugar, a tentativa ou pretensão humana de manipulação de Deus, o que é uma forma de magia.
Gerhard Von Rad acredita que o próprio Moisés, ao tentar saber o nome de Deus, podia ter a pretensão de “conhecê-lo”, para “dominá-lo” ou pô-lo a seu serviço.

Muito interessante. estou cansado de ver por aí meus irmãozinho gritando: "Em noooome de Jesus!" Caraca!

E a conclusão do Pr. Irland é muito boa:

COMO HÁ DE SER, ENTÃO, O CULTO ACEITÁVEL DIANTE DE DEUS?
Comunidade litúrgica que é, como a igreja há de cultuar a Deus, de maneira aceitável?
* Já vimos que o culto há de ser espiritual: “em espírito e em verdade”.
* O culto há de ser prestado só a Deus (Pai, Filho e Espírito Santo).
* O culto há de privilegiar a Palavra de Deus.
* O culto há de ser prestado por lábios purificados, que confessam o nome do Senhor.
* O culto há de ser da comunidade inteira, não de oficiantes privilegiados.
* O culto há de ser de todo o nosso ser, e com a inteligência e as emoções.
* O culto há de produzir mudança de vida, santidade e disposição de servir.
Com efeito, o culto verdadeiro não nos deixa os mesmos que entramos no templo.
* Como o culto é resposta humana ao amor de Deus, deve ser prestado dentro das categorias da cultura de cada povo, e não por meio de formas culturais alienígenas – a menos que universalmente aceitas.


O que fica pra mim é a necessidade de mudança. O Culto deve produzir mudança na vida dos crentes! Chega de formalidade e hipocrisia. Basta!